novembro 21, 2010

Voltando à feira de Caxias




O sexo da poesia,
o encontrei entre os bons cheiros da feira da cidade Duque de Caxias Baixada Fluminense...
nos tempos de menino biológico( porque agora sou menino astrológico)
ia sempre acompanhado de minha avó Eugênia Planchêz
a essa feira múltipla que segundo as pessoas locais
existe há mais de cinquenta anos

Morava na Praça Seca Jacarepaguá...
pegávamos o "Caxias-Freguesia"
e partia-mos para o paraíso dos passarinhos
e da iguarias dominicais

Não é que depois de trinta anos ou mais,
me vi no dia de hoje no meio da tal feira
que hoje (por questões de proteção ambiental das espécies)
não se vendem mais os canários e os coleiros de minha infância

(edu planchêz)






novembro 19, 2010

Dama, trago o desenho de teus pés nos meus





("deitaria nua ao seu lado e deixaria que cuidasse de mim")


Pronto estou para de ti cuidar porque sou o homem
que tem nos fluxos dos olhos as embarcações
que te atravessam

Dama, trago o desenho de teus pés nos meus,
amo-te, e ao dizer isso penetro todas as fases da lua,
os contornos das estrelas, teu ventre em flor

Eu à amo e para mim é difícil embalar esse amor
sem ter-te nos braços,
dormir e acordar ao teu lado todos os dias e noites

(edu planchêz)

novembro 13, 2010

Mário Faustino ( professor de poesia)






Não havemos por isso de pedir ao poeta que não tenha influências. Ele tem, como
ninguém, de saber do seu ofício, e a poesia é também coisa que se aprende. Mas terá a sabedoria de recrutar os seus mestres.Num poeta, a admiração por outrem é uma forma de experiência própria.
Não havemos por isso de pedir ao poeta que não tenha influências. Ele tem, como
ninguém, de saber do seu ofício, e a poesia é também coisa que se aprende. Mas terá a sabedoria de recrutar os seus mestres.Num poeta, a admiração por outrem é uma forma de experiência própria

(Mário Faustino)

silabas do nosso amor




no amarelo pouso, no cor de rosa durmo,
nas paralelas cores do infinito jardim
sou mais que perfeito,
amor-perfeito,
dália cor de laranja

as lágrimas das cores
estão presas no meu peito carente de silêncio
e vozes canoras

vos digo que não é medo,
nem coragem desenfreada para meter a cara
no vento do último vagão

no verde encosto o rosto,
no lilás beijo o coração de minha mãe,
o coração dos pequeninos pingos da tinta azul
caída das silabas do nosso amor

(edu planchêz)

novembro 12, 2010

Fatias de pão preto









Fatias de pão preto
( ou quase preto)
nutrem essas horas quase manhã
de minha imagem vida

Enquanto você dormes arranco do sangue
a paisagem
e os olhos para veres essa paisagem

Penso em Pablo Neruda, no Chile,
nos amigos que lá residem...
Neruda é de minha família sempre-viva,
órgão de meu útero,
órgão de meus universos palpáveis

(edu planchêz)

Segredos...não segredos




Segredos...não segredos: um hotel,
uma pessoa, uma cama...
vinho derramado sobre o criado mudo,
vinho derramado sobre o centro da Terra,
sobre o ventre dela

O amor correspondido não correspondido por mim à altura
do outro desejo, do outro pensar que busca equilíbrio

São vidas e ruas do século vinte e um
espalmando seus traços, suas cruas verdades,
suas grandezas, criações e dificuldades

Algo, alguém há de compreender esse relato,
essa narrativa versada,
essa história de vida,
da vida, de pessoas que vez por outra se encontram

(edu planchêz)

novembro 11, 2010

Poema escrito sobre os lábios soníferos do fogo


Poema escrito
sobre os lábios soníferos
do fogo
com dígitos verdes,
de outra maneira
não conseguiria tal proeza

vejo a borboleta de fogo
sair do fogo
batendo asas de fogo

no fundo do abismo
de temperatura inimaginável
deposito meus ovos,
os versos vermelhos
escritos com letras verdes,
sentimentos verdes
para uma amadurecida criatura

Edu planchêz

dia braseiro




Em vez de ver o raiar do dia braseiro
se encarcera ao minúsculo Lumiar dos palitinhos de fósforo,
ao meu ver uma vida magrinha(posso estar errado),
repleta de gravetos
e luas repletidas em poças d'água

(edu planchêz)

novembro 10, 2010

As bromélias de meu amor












o blue da plenitude
do que nunca pensei escorre pelos novembros
da casa que nunca abandonou suas bonecas,
seus modelos nus para sempre

"Tenho um amigo chamado Arrigo!!!"
Não tenho arpões debaixo da cama
e não sei
para que lado fica
o que te pica

Minha potente poesia
quer e não quer que temas
imagem alguma,
ervas que sobem por tuas pernas,
pássaros que pousam em teus braços
e umbigos

Acredite, sou mais que teu amigo,
um silêncio agarrado nesse agora
na Art Pop,
nas verdes uvas
e no mar de espumas
da poesia do Leblom de todos os Corujões

Me vende um desses teus fios de cabelo,
me vende teu espírito inteiro,
para que numa praça de Paris
Picasso faça uma pintura

Arrebente minha palavra,
se espante com as minhas sementes gostosas,
e nem lembre que há regras na mente dessa gente quase morte,
que há velhas famílias com as mãos repletas de pedras

São as mesmas igrejas, são os mesmos metais,
as mesmas torneiras que jorram o mesmo mijo
dos que apodrecem de guerras e falta de gozo

"mas não venha me roubar",
não venha censurar o que não tens coragem
de rabiscar

Por todas essas ruas e praias nuas
nunca te vi,
andas dormindo sem o sol
da primavera louca

As bromélias de meu amor
florescem cá nos barrancos de minha pele
e eu não durmo antes da última estrela

(edu planchêz)

junho 25, 2008


DANNE E CARLA AGUIAR comigo
PARA UMA BORBOLETA


EU sou o sexo da poesia, a poesia é meu sexo,
entro de sola nesse pensamento nada absurdo,
com porquês e sem porquês,
pouco interesado com o juízo
que se faz diante do que ainda não disse
e do que agora estou dizendo
sem nada pensar e pensando em tudo
ou em quase tudo.

Um gaiola feita de letras
prende a bela no canto direito da página do crepúsculo.

Essa dança de quintal, esse seio exposto
à sucção dos lábios pastores da noite.

Busco no intervalo das frases destampar
o tampo do crânio para que sáia
de meus meus pensamentos a imagem
de teu sexo pingando alegria
pós o banho que me falaste.

EDU PLANCHÊZ

junho 22, 2008


“edu,

master of war.
seremos vingativos como o jabuti,
bjo”

Chacal

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TOMAREMOS SOPA DE CARNE ONÇA
NO CASCO DO MAGNÍFICO JABOTI( reza a lenda)
reza minha alma-de-quase-nada diante
desse sol aclobáta
reza a pantera Chacal
por dentro dos intervalos dor dormir e estar desperto

Nessa comunhão de gole d'água quero quase tudo
quero quase chama de vulcão,
nada mais que a voz de André Breton

EDU PLANCHÊZ, teu criado

maio 31, 2005

A FESTA DA COSTA LÉSTE

Há tantos anos folheio "CEM ANOS DE SOLIDÃO" e nunca chegava a coragem para devorá-lo
O tempo é chegado, as primeiras páginas... Gabriel García Marques, um colombiano?
Nas minhas simples contas, mexicano
Como Sócrates nada sei
Possuo nada mais que algumas noções gramaticais e...
Na verdade nunca me interessei pelos estudos obrigatórios

Raul Seixas tangendo a mosca azul para a noite das estrelas compactas
(CD's, Fitas e os velhos discos)
Aposto num "pop florestal"
A vitória régia me seduz e o neón me induz aos palcos
A cidade no mato
O mato prateando meus pés

Não creio que isso seja um poema
Ao mesmo tempo confesso minha majestosa vaidade
A música exerce um papel-fino em meu diafragma
Seguro meu pênis, vontade de me masturbar sem nenhuma razão aparente
Nu sobre uma almofada em cores quadriculada

Sobrevivi a tantas chuvas-fraturas-expostas
Sobrevivi Rock Elvis Pepitas sonoras se desintegram em minha cama projeto da luz
Rock Forte jato de almas cantoras impregnando o esquálido teto da casa que me abriga
Rock Mil páginas para ele

A consciência me chega
O que é ter uma vida voltada apenas para os prazeres?
Chamo o poema Ouço minha voz "HOPW!"
East Village Parque Novo Horizonte
O Uivo mais secreto de nossas casas

A folha que se entorta na máquina Edgar Allan Poe merece o cantar de Chico César
Eu mereço a sintonia absoluta com o centro vital do universo

Deuses celestes Poetas banidos voluntariamente das academias de araque
Esses santos são extremamente magros e suas catedrais por demais fedorentas
Sacerdotes que abandonaram o mundo coberto de "lama" para tentarem florir longe das pessoas impuras (em seus julgamentos) acabaram perdendo completamente o humanismo
Ninguém merece tal coisa

A única ave que se atreve ao sol sou eu a borboleta inesquecível
Brasil País cravado na vagina da América do Sul
Esse é o meu pedaço de planeta
Tal grão Tal grau de latitude zero

(Ouço um sax negro, é a voz noite de Louis Amstrong)
Brasil de meus sonhos
Aqui ejaculo meus poemas
A qual América pertenço?
Brasil meu reino absoluto

Afino-me com a África pigmentar e com os flamingos da Índia
Um vulto moreno negro aterrissa dançando em todas as partes dessa escrita aromática

Batuca um blues, meu caro condor!
Batuca uma rumba, minha sariema!
Madrepérola da madrugada alçando um vôo atonal sobre nossos colchões de todas as Américas

Aterrisso nessa escrita com os oito passos de Sensei

Piano pousado no platô daquele penhasco de Pompéia
O poema rei se entope de rock e cospe o fogo do embrião estelar nas bocas dos pássaros que somos

Nosso reino, essa terra de frutas-pessoas
De coração para coração
De flor para flor
As flores nascidas na lama da miséria alcançarão a magnitude de um sol (Se lutarem convictas) Nos garante Sensei
Em frente!
A montanha inoxidável nada representa diante da determinação de um guerreiro iluminado Vinde pássaros que sou pássaro, projeto único de minha natureza profundamente humana A flor que enfrenta sua miséria alcança a magnitude de trinta bilhões de sóis

Estômago vazio, zero centavo em algum lugar
Duas latas para mantimentos de alumínio prateado pousadas na mesa
Um mundo gigante acima e abaixo de meus doces pés
Nada de solidão Cobranças, cobranças e muito mais cobranças Do pai, da mãe, da ex-mulher, dos irmãos, do atual sogro, de mim para mim e do Estado
Meu pai comprou um GOL do ano Minha atual mulher diz que tomaremos água doce para matar a fome Hoje estou a dar risadas da fada miséria

No calendário cristão é natal
Alimento-me de música Sopa de música fumegando colcheias sobre os telhados de toda a vizinhança
Música ralada enfeitando o macarrão invisível
Música roncando em meu estômago
Mastigo música Bebo música
Peido música
Mijo música
Cago canções geniais dignas de um Mozart urbano, urbóide, um bode, uma cabra, uma cobra, um leão, um tiranossauro rex pra lá de gliter, muito além do peso do mundo cético que gentilmente me cerca
Acho que sou gênio e que a fome é linda
Nitiren diz que o que se passa nesse mundo é apenas um milésimo do que passamos no outro Então me mostre razão para lamentações

Eu que já cuspi sangue de demônios de todos os céus imagináveis cuspo música
Led Zeppelin/Rock/Reggae/Frutas/Flautas Violões pratificados de terra sobrevoam os móveis da sala
Diante do meu oratório Budas vindos de todas as direções do universo ouvem a música maravilhosa que nos embala para o sempre


Edu Planchez

CARAVELAS



Caravelas aos montes saêm dos gomos da pokan
e pousam no tremores dos imãs

É verão para os prazeres dos primatas
Coleciono no lóbolo esquerdo uma erosão de palavras
devidamente cadastradas nos digitáis neurônios,
nas marginais estrelas do pau

Caravela desfian-se nas golfadas da minha porra
para em alto oceno
carimbar paisagens nos canais da vagina

Acho que copulo com os poemas dela
porque caminho com elefantes e lontras
mamando o leite do lótus nos seios montanhas de neve

Se o mel da "B" da poeta Margarete Castanheiro escorreu sem limites
sobre as madeiras das ruas e das camas,
o mel da "B" dessa outra mulher também escorre em cada letra
do poema

(Edu Planchêz)

E A MORTE PERDERÁ O SEU DOMINIO

E a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.

Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.

E a morte perderá o seu domínio.

Aqueles que há muito repousam sobre as ondas do mar não morrerão com a chegada do vento; ainda que, na roda da tortura, comecemos tendões a ceder, jamais se partirão;
entre as suas mãos será destruída a fé e, como unicórnios, virá atravessá-los o sofrimento; embora sejam divididos eles manterão a sua unidade;
e a morte perderá o seu domínio.

E a morte perderá o seu domínio.

Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos nem as vagas romper tumultuosamente nas praias; onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor erguer a sua corola em direcção à força das chuvas; ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer como pregos as suas cabeças pelas margaridas; é no sol que irrompem até que o sol se extinga,
e a morte perderá o seu domínio

DYLAN THOMAS

Dylan Thomas

sangue

O britânico vê seu reflexo numa poça de petróleo,
eu vejo seu reflexo numa poça de sangue

Corvos abutres ovulam soldados lobotomizados
Diria ser isso a sétima maravilha

Sangue vertido em óleo
Canhões feitos de carne Bombas de lágrimas e ossos

Os olhos daquela criança eram maçãs de porcelana,
agora não passam de fogo podre

Hoje haverá um grande concerto de asnos sobre o pus dos cadáveres
Quantas morte cabem no buracodos veneráveis senhores da guerra?

EDU PLANCHEZ

UMA VELA DE PALAVRAS


Ao cantor BETO DE CASTRO

A primeira letra da palavra planta é a primeira e a antepenúltima da palavra papel
Falar de letras e de seus respectivos lugares numa palavra aparenta ser assunto descabido

Letras esparramadas sobre os cílios das estrelas de vinte pontas
O que dizer delas? ( as estrelas ) O que dizer quando nada deve ser dito?

Escrever para não ser publicado no Caderno B e na Folha Ilustrada,
apenas para nos embalos da internet mover-se
Você que ora é tocado por esses símbolos do comunicar,
sáiba que vivo cantando a Lapa, seus heróis, lendas e histórias
Abri mão de inúmeros privilégios para em meio aos malandros seduzir os girassóis

O Rio de Janeiro é tão perto,
poderá alçá-lo estendendo sobre os mastros do corpo uma vela de palavras

EDU PLANCHEZ

A PRETA TINTA


A preta tinta da caneta achada por mim, escreve:
se para essa existência tivesse eu nascido mulher,
gostaria meu pai que me chamasse Magda Stélla

E no dia de hoje conheci a psiquiatra italiana Magda
e relatei a ela tal fato, a moça sorriu e ficou repitindo
“Magda Stélla”, Magda Stélla...

Nunca me imaginei em Roma,
me imagino cortando com ela ( a italiana)
maçãs e pães no Reino Unido
Algo diz que somos muito íntimos,
e essa intimidade vem de além mar,
de muito antes das coisas escritas

Dizem que os escorpiões penetram o impenetrável
e de lá retiram as noites, os dias...
e as fontes luminosas que rascunham nos lóbulos das sementes
o formato dos vindouros vegetais

Essa capacidade de enxergar as coisas por dentro,
herdei de meus mestres florais
O cinema de meus mestres se revira
continuamente no estômago de meus neurônios
O cinema dessa mulheres maiores borbulha espalhando vapores
de inteligência e delicadeza


EDU PLANCHEZ

UM CHINELO

Um chinelo para a esquerda,
outro para o oeste da dimensão tropical do que penso

O que penso embarca na cabine da navelúcida
porque o tempo é outro
e os homens desse tempo já não pulam fogueiras
EDU PLANCHEZ

VELUDO LARANJA

(mulher nouvelle vogue )

Lapa in transe, a Lapa q eu quero ver,
o cavalo vindo do nada para ao nada voltar
Pode ser q seja cinema
Pode ser q seja Marcel Prust
enfeitado com um chapéu-veludo-laranja

Não sei se desejo escrever aquilo q queres
Ouço o relincho do cavalo dos versos acima
e a palavra da mulher nouvelle vague
reluzir nos pingos vermelhos

Arcos q te quero Arcos
coroados de som,
chuva e pelos muitos bondes amarelos

4 horas de quinta-feira, número 21 da rua Riachuelo,
eu sentado sobre um sofá pintado a mão,
o precário rádio mastiga as notícias da manhã que ainda não vivi

Logo este poema estampará seus genitais pelas telas dos computadores,
rostos anônimos,. o seu e o meu,
sendo aos poucos tingidos pela a estranheza dos vocábulos

Esse poeta q não bate cartão deveria estar dormindo
e não olhando para o retrato torto do torto Raul Seixas

Lapa in transe,
guerra nos morros da cidade capital mundial do foda-se,
a fé é o que nos mantém,
o sol mora em minha unhas
e na valsa caótica da cidade linda

EDU PLANCHEZ