PARA UMA BORBOLETA
EU sou o sexo da poesia, a poesia é meu sexo,
entro de sola nesse pensamento nada absurdo,
com porquês e sem porquês,
pouco interesado com o juízo
que se faz diante do que ainda não disse
e do que agora estou dizendo
sem nada pensar e pensando em tudo
ou em quase tudo.
Um gaiola feita de letras
prende a bela no canto direito da página do crepúsculo.
Essa dança de quintal, esse seio exposto
à sucção dos lábios pastores da noite.
Busco no intervalo das frases destampar
o tampo do crânio para que sáia
de meus meus pensamentos a imagem
de teu sexo pingando alegria
pós o banho que me falaste.
EDU PLANCHÊZ
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