novembro 10, 2010

As bromélias de meu amor












o blue da plenitude
do que nunca pensei escorre pelos novembros
da casa que nunca abandonou suas bonecas,
seus modelos nus para sempre

"Tenho um amigo chamado Arrigo!!!"
Não tenho arpões debaixo da cama
e não sei
para que lado fica
o que te pica

Minha potente poesia
quer e não quer que temas
imagem alguma,
ervas que sobem por tuas pernas,
pássaros que pousam em teus braços
e umbigos

Acredite, sou mais que teu amigo,
um silêncio agarrado nesse agora
na Art Pop,
nas verdes uvas
e no mar de espumas
da poesia do Leblom de todos os Corujões

Me vende um desses teus fios de cabelo,
me vende teu espírito inteiro,
para que numa praça de Paris
Picasso faça uma pintura

Arrebente minha palavra,
se espante com as minhas sementes gostosas,
e nem lembre que há regras na mente dessa gente quase morte,
que há velhas famílias com as mãos repletas de pedras

São as mesmas igrejas, são os mesmos metais,
as mesmas torneiras que jorram o mesmo mijo
dos que apodrecem de guerras e falta de gozo

"mas não venha me roubar",
não venha censurar o que não tens coragem
de rabiscar

Por todas essas ruas e praias nuas
nunca te vi,
andas dormindo sem o sol
da primavera louca

As bromélias de meu amor
florescem cá nos barrancos de minha pele
e eu não durmo antes da última estrela

(edu planchêz)

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